A Rosacruz Aurea

33
IOK-Monografia Pública Rosacruz A Rosacruz Áurea (Lectorium Rosicrucianum) Pelo Prof. Dr. R. D. Pizzinga, 7Ph.D. (*) Membro dos Iluminados de Kemet http://ordoilluminatorum.net/ Portal de uma das sedes físicas do Lectorium Rosicrucianum (Rosacruz Áurea)

Transcript of A Rosacruz Aurea

Page 1: A Rosacruz Aurea

IOK­Monografia Pública Rosacruz

A Rosacruz Áurea(Lectorium Rosicrucianum)

Pelo Prof. Dr. R. D. Pizzinga, 7Ph.D. (*)Membro dos Iluminados de Kemet 

http://ordoilluminatorum.net/

Portal de uma das sedes físicas do 

Lectorium Rosicrucianum 

(Rosacruz Áurea)

Page 2: A Rosacruz Aurea

Abstract 

STA Monografia Pública de Illuminates Of Kemet, Brasil (IOK­BR) objetiva   abordar   alguns   ensinamentos   e   alguns  princípios  místicos Rosacruzes publicados por membros­autores vinculados à  Rosacruz 

Áurea   –   uma  derivação  da  Fraternidade   Rosacruz  de  Max   Heindel   (The Rosicrucian Fellowship) que foi fundada e instalada por Jan van Rijckenborgh e   Catharose   de   Petri   tornando­se   uma   Ordem   R+C   própria   e   autônoma, empenhada nos trabalhos da Grande Obra, gigantesca e permanente tarefa mística   que   reúne   dezenas   de   ordens   e   fraternidades   religiosas   e   não religiosas.   A   Rosacruz   Áurea   (Lectorium   Rosicrucianum),   em   seus ensinamentos,   também   inclui   idéias   de   alguns   pensadores   mundialmente consagrados  que,  propriamente  não   foram membros  da  Fraternidade,  mas que, de uma forma ou de outra, illuminaram e continuam a illuminar a busca e o caminho de estudantes Rosacruzes.  Fundamentalmente,  este estudo foi estruturado a partir de informações contidas na Internet, particularmente em textos   publicados   no   Pentagrama   (Revista   bimestral   do   Lectorium Rosicrucianum)   e   no   material   disponibilizado   publicamente   pela Organização, cujo endereço Web é: http://www.rosacruzaurea.org.br/ 

E

 

Os Fundadores

  CLARO   que   este   muito   resumido   e   despretensioso   estudo   é   tão­somente   um  pequeno   couvert   espiritual,   e   foi   escrito   e   direcionado maiormente para aqueles que não conhecem a Filosofia da Rosacruz 

Áurea.  Por  este  motivo,  por  exemplo,  dei  especial  ênfase  ao  Nous,   sob a forma de   fragmentos  garimpados  no Décimo­terceiro Livro  – De Hermes Trismegisto para Tat: sobre o Nous Universal ou o Espírito Santificador, já que muitos desconhecem o seu significado e a sua importância. Assim, ainda que eu não pertença a esta Augusta Organização, com prazer estou fazendo esta divulgação, pois entendo que todos os Caminhos Rosacruzes são, em essência, um­no­Um.  

É

Page 3: A Rosacruz Aurea

Informo, ainda, que precisei  fazer algumas pequenas edições e adaptações para   adequar   os   fragmentos   selecionados   a   este   tipo   de   texto.   Todavia, óbvimente,   não   alterei   um   milímetro   a   intenção   original   dos   autores consultados,   como   é   o   caso,   por   exemplo,   em   alguns   excertos,   em   que substituí a palavra aluno por Iniciado, pois este, segundo meu entendimento, foi   o   sentido   da   citação   selecionada.   E,   para   concluir   este   item,   peço desculpas   aos   membros   da   Rosacruz   Áurea   por   quaisquer   equívocos   ou demasias que eu tenha cometido na elaboração deste estudo.

http://macarlo.com/novaera/galleryvel651a.htm 

Retrato de Jan  van Rijckenborgh (Frater Velado 2004CE)

AN   van   Rijckenborgh (pseudônimo   de   Jan Leene)   nasceu   em 

1896 em Haarlem, Holanda, tendo   entrado   para   a Sociedade   Rosacruz   (Het Rozekruisers Genootschap), divisão   holandesa   da Rosicrucian   Fellowship (movimento   fundado   por Max   Heindel   por   volta   de 1909), em 1924. Este grupo rosacruz   se   tornaria independente   da Rosicrucian  Fellowship  em 1935. 

J

Page 4: A Rosacruz Aurea

Durante a Segunda Guerra Mundial, o trabalho foi proibido pelas forças de ocupação nazista. Com o final da guerra,  em 1945, o trabalho exterior foi retomado e  passou  a  adotar  o  nome Lectorium Rosicrucianum ou  Escola Internacional da Rosacruz Áurea, apresentando­se cada vez mais como uma escola  gnóstica,  Gnosis  significando aqui o conhecimento direto de Deus, resultado de um caminho de desenvolvimento espiritual. 

Dos anos 1930 aos anos 1960, Rijckenborgh publicou extensos comentários do  Corpus  Hermeticum (atribuído  a  Hermes  Trismegistus),  do  Evangelho Gnóstico  da  Pistis  Sophia,  dos  Manifestos  Rosacruzes   (Fama Fraternitatis R.C.,   Confessio   Fraternitatis   R.C.   e   Núpcias   Químicas   de   Christian Rozenkreuz Ano 1459), do livro Cristianópolis (de Johann Valentin Andreae), do Tao Te King e vários outros, além de diversas outras obras.  

Zwier Willem Leene foi co­fundador do movimento, tendo se unido aos dois em 1930 a Sra. Catharose de Petri (pseudônimo de H. Stok­Huyser). 

J.   van   Rijckenborgh   viria   a   falecer   em   1968,   quando   as   atividades   do Lectorium   Rosicrucianum   já   haviam   se   espalhado   por   vários   países   da Europa e da América.

ATHAROSE de Petri (nome real Henriette Stok Huyser 1902 ­ 1990) foi uma servidora da Gnosis e orientadora realista dos pesquisadores Sua   divisa   era:   auto­esquecimento   no   serviço   ao   próximo   é   o 

caminho mais seguro e alegre para Deus. Esse lema não era somente válido para sua própria vida, porém, ela o dizia repetidamente como conselho aos alunos que lhe eram confiados.  

CCatharose de Petri nasceu em 1902, em Roterdã, como Henriette Stok Huyser. Pouco se conhece dos primeiros anos de sua vida, pois ela era extremamente discreta e pouco relatava ou compartilhava sobre si mesma, porém, o que se 

Page 5: A Rosacruz Aurea

sabe com segurança é que desde muito jovem estava consciente de ter uma missão espiritual em sua vida. Portanto, não é de surpreender que, em 1930, aos 28 anos, ela tenha se dedicado integralmente à sua missão, juntamente com   o   senhor   J.   van   Rijckenborgh,   do   qual   foi   a   mais   importante colaboradora   espiritual.   Para   ela,   era   evidente   que   nenhuma   igreja   cristã podia trazer e oferecer uma verdadeira renovação religiosa para o autêntico pesquisador espiritual. 

http://macarlo.com/novaera/galleryvel650a.htm 

Retrato de Catharose de Petri(Frater Velado 2004CE)

Juntamente com o senhor J. van   Rijckenborgh,   ela dedicou   toda  a   sua  vida  à construção   da   sétupla Escola   Espiritual   da Rosacruz Áurea a partir do nada,   como   dizia.   Como parte   deste   trabalho,   eles escreveram   livros,   em conjunto e individualmente. Entre   outras   obras, explicaram para os homens da atualidade antigos textos gnósticos.   Ambos   os autores,   em   seus ensinamentos   filosóficos, não deixavam de consultar um ao outro, e seu trabalho 

Page 6: A Rosacruz Aurea

era considerado como o resultado de uma única e harmoniosa colaboração. Desta forma, A Gnosis Chinesa, obra publicada pela Rozekruis Pers e escrita por ambos, é um brilhante comentário do antigo texto hermético chinês: O Tao Te King, adaptado para nosso tempo. 

Além   disso,   Catharose   de   Petri   também   acrescentou   oito   publicações individuais   ao   legado   gnóstico   da   escola   espiritual   transfigurística.   Estas obras   também são   totalmente   sintonizadas   com a  Gnosis  Hermética  e  os ensinamentos da Rosacruz moderna, e por meio delas o leitor poderá receber muitos   conselhos   do   ponto   de   vista   espiritual   para   uma   prática   de   vida cotidiana na Senda. 

A associação com o Sr. A. Gadal em 1956, em Ussat, no sul da França, foi crucial  para o desenvolvimento  interior de Catharose de Petri  e  de J.  van Rijckenborgh e, portanto, da escola espiritual e de seus alunos. 

Catharose   de   Petri   era   também   extremamente   ligada   à   Fraternidade   dos Cátaros.   Foi   de   modo   muito   terno   que   ela   escreveu   alocuções   para   a comunidade   de   alunos   da   escola   espiritual,   na   qual   esclarece   o   trabalho espiritual dos cátaros e seu legado material e imaterial. Esses textos foram publicados pela Rozekruis Pers com o nome A Tríplice Unidade da Luz. A autora sempre aponta para o antigo método da total autonegação, mediante aquilo  que  os  cátaros  chamavam de endura,  como condição  indispensável para o caminho de desenvolvimento espiritual. Esta também é a condição dos alunos da Rosacruz através do contínuo aprendizado da necessidade de ter um Coração puro. E esta é de fato a Pomba Branca, símbolo cátaro para o Espírito Santo, símbolo que também representa Catharose de Petri, enquanto que J. van Rijckenborgh é representado pela Águia. 

Após  o   falecimento de J.  van Rijckenborgh,  em 1968,  Catharose  de  Petri organizou   um   grupo   para   assisti­la.   Um   grande   trabalho   espiritual   em unidade desenvolveu­se, e, deste modo, nesse meio tempo, a Escola Espiritual estendeu seus núcleos para  trinta e seis países,  onde a renovação de vida interior é colocada em prática do modo que Catharose de Petri esperava e como   tão   amplamente   é   descrito   e   esclarecido   em   suas   obras.   Quando 

Page 7: A Rosacruz Aurea

faleceu, em 1990, ela tinha certeza, portanto, que o trabalho continuaria.

Rosacrucianismo Gnóstico

A Rosacruz Áurea está ligada à corrente gnóstica. A Gnosis (do grego gnosis) é o conhecimento superior que incita o homem a descobrir em si mesmo a centelha de Espírito pela qual ele pode se voltar para o Absoluto. Isto, outra coisa não é do que a busca interior do Deus de nossos Corações. 

Marcada   pelo   pensamento   hermético   que   deu   origem   a   tantas   filosofias libertadoras,   escolas   de   pensamento   e   movimentos   espirituais,   a   corrente gnóstica é a base de toda a vida espiritual do Ocidente e do Oriente Médio. Ela ilumina todas as grandes civilizações. Essênios, cristãos gnósticos, cultos dos mistérios, maniqueus, cátaros, alquimistas e rosacruzes dão testemunho da continuidade dessa corrente. 

Em   contraposição   ao   comportamento   dogmático   ordinário,   esses   grupos mantiveram viva a tradição de uma salvação pelo conhecimento interior: a Gnosis. Herdeira dessa tradição gnóstica que vivifica no presente, a Rosacruz Áurea responde hoje a uma tripla missão: 1ª) relembrar aos homens a nobreza do estado humano verdadeiro, para convidá­los a empreender o caminho do Renascimento da  sua Alma;  2ª)  dar  a  conhecer  as  conseqüências  práticas deste Caminho, isto é, as etapas deste processo de mudança interior; e 3ª) oferecer  os  meios  concretos  para  percorrer  o  caminho  proposto,  graças  à atividades   espirituais   em   sintonia   com   o   ensinamento   do   Cristianismo Interior.  

Em todos  os  movimentos gnósticos encontram­se pontos  característicos,  a saber:

• O homem não pertence só a esta natureza, pertence também a um mundo original perfeito de que guardou a nostalgia.

Page 8: A Rosacruz Aurea

• Ele sente­se estrangeiro nesta natureza porque possui no seu Coração uma centelha da vida original.

• Nesta centelha da absoluta perfeição – nesta Rosa do Espírito – encontra­se o plano de regresso, a possibilidade da reconstrução do ser perfeito que ele é em essência.

• Ser de carne e de sangue sujeito ao domínio desta natureza, ele possui, contudo, uma consciência cujas possibilidades, uma vez ligadas à centelha da origem, libertam o Conhecimento – a Gnosis – do caminho de regresso à sua Pátria verdadeira.

• Um imenso processo, que deve ocorrer nele,  no interior,  enquanto ainda vive, pode fazer nascer uma nova consciência e, com base na aspiração ao regresso, levá­lo ao estado de Homem Verdadeiro. 

•   Este   processo   implica   o   conhecimento   do   plano   (Iniciação)   e   um comportamento   (rejeição  do   ego,   amor  por   todos,   libertação  de   todos  os condicionamentos  mentais   e   emocionais)  que   ligue  o   candidato  às   forças espirituais que realizarão nele a Transfiguração.

• Este saber só pode ser transmitido por aqueles que realizaram em si mesmos esta Ressurreição da Consciência original. 

 

Sabedoria Transfigurística 

  ENSINAMENTO da Sabedoria  Transfigurística  que o Lectorium Rosicrucianum divulga faz parte da mensagem de todas as grandes religiões   do   passado.   O   conceito   de   duas   ordens   de   natureza,   o 

conceito do princípio original latente no Coração humano e o do Caminho da O

Page 9: A Rosacruz Aurea

Transfiguração  podem ser   encontrados,  por  exemplo,  nas   seguintes   frases bíblicas: Meu reino não é deste mundo, (João, XVIII, 36), O reino de Deus está em vós, (Lucas, XVII, 21) e Ele deve crescer e eu devo diminuir, (João, III, 30). O caminho da transfiguração compreende cinco fases importantes: 1ª) compreender a natureza deste campo de vida terrestre e experimentar o chamado interno para voltar à Ordem Divina; 2ª) desejar verdadeiramente a salvação1; 3ª) render o eu ao Átomo­centelha do Espírito para que a salvação possa ser realizada; 4ª) adotar um novo comportamento (ou uma nova atitude de vida) que deve ser realizado espontaneamente sob a direção do Átomo­centelha   do   Espírito;   as   características   desta   nova   atitude   de   vida   estão descritas, por exemplo, no Sermão da Montanha; e 5ª) despertar ou renascer na esfera de Vida Original.

A Rosa­Cruz Áurea

A   cruz   com   a   rosa   no ponto   de   intersecção   dos dois   braços,   em   cor dourada.   A   haste horizontal   representa   o mundo   da   matéria   e   da mortalidade   onde vivemos.  A  haste   vertical simboliza   o   Espírito   de Deus,   a  LLuz  que  brilha  neste  mundo  para   libertar  da  matéria  o  que  na verdade é imortal. Quando um ser humano abre seu Coração para a LLuz da verdade, nele podem encontrar­se as hastes vertical e horizontal da cruz. Em seu ponto de intersecção floresce uma rosa, proveniente da centelha espiritual que cada ser humano possui como uma Chave. 

 

Page 10: A Rosacruz Aurea

Círculo, Triângulo e Quadrado 

O   círculo   simboliza   a eternidade, o infinito e, também,   o microcosmo.   O triângulo   simboliza   as três grandes forças que emanam do  Logos:  Pai,  Filho   e  Espírito  Santo.  O  quadrado   simboliza  o fundamento para a construção do novo ser humano.

 

 

O Pentagrama 

O   Pentagrama   é   o símbolo do ser humano renascido,   do   novo homem.  Ele  é   também o símbolo do Universo e   de   seu   eterno   devir, por   meio   do   qual   o plano de Deus se  manifesta.  O homem que realiza  o  Pentagrama em seu microcosmo,   em   seu   próprio   pequeno   mundo,   consegue   permanecer   no Caminho   de   Transfiguração.   Os   antigos   denominavam   a   Ciência   da Transfiguração   de   Teofania,   o   que   significa:   reaparecimento   do   Homem Divino. 

Page 11: A Rosacruz Aurea

Ilustração contida em "Johann Valentin Andreä Inspireret Af Rosenkreuzerne", publicação em .pdf disponibilizada pelo site do Lectorium Rosicrucianum na Dinamarca e que pode ser baixada daqui: 

http://www.rosenkreuz.dk/pentagram/Pentagram­art.pdf 

Page 12: A Rosacruz Aurea

Sabedoria da Rosacruz Áurea(Ensinamentos de Diversos Autores)

 

A Filosofia da Rosacruz não emite conceitos gerais sobre a vida: na verdade,  ela toca o aluno muito pessoalmente em sua própria existência. 

Três   faculdades   latentes   devem   ser   despertadas   na   vida   do   Iniciado:   a  faculdade   da   nova   Vontade   (inflamada   em   Deus),   a   faculdade   da   nova  Sabedoria (que torna claro o Plano Divino) e a faculdade da nova Atividade (que contribui para a realização do Plano de Deus).  A Escola Espiritual  desenvolve no Iniciado a nova Vontade, por meio da lei espiritual; a nova  Sabedoria, mediante a filosofia da lei espiritual; e a nova Atividade, pela  aplicação da Lei Espiritual. A Lei espiritual é a idéia divina que se encontra na base do mundo e da Humanidade. A filosofia da Lei espiritual traz a idéia  divina ao Iniciado. Ela ilumina a idéia diante da consciência do Iniciado e o  faz compreender seu incomensurável afastamento da Pátria original. Ela o  faz perceber a degenerescência humana em relação à idéia divina e lhe dá  clara   visão   do   caminho   de   retorno.   A   aplicação   da   Lei   Espiritual   é   a  realização   da   idéia   divina:   o   árduo   e   inevitável   caminho   de   retorno,   o  romper com a natureza terrena e seus instintos e o construir do novo homem.  A  Lei  Espiritual  pode   ser   igualmente  vista  como Deus,  do  qual  estamos desligados;   a   filosofia   da   Lei   Espiritual,   como   Cristo,   que,   num   amor infinito, emana de Deus para nos salvar e desce até nosso estado decaído; e  a aplicação da Lei Espiritual, como Espírito Santo, que realiza o processo  total  do   renascimento,   colocando­o   em  execução   e   levando­o  a  um  bom termo. 

Aqueles  que  compreendem e  experimentam os  mistérios  da  Rosacruz  são animados  por  um grandioso   entusiasmo  e   irradiam   indomável   energia   e  intensa   alegria.   Eles   se   colocam,   com   toda   humildade,   diante   do   Fogo insondável da Lei Espiritual. Quando a filosofia da Lei Espiritual os toca,  eles   se   acham   de   cabeça   erguida   diante   da   LLuz   reveladora   do   Amor Universal. E quando a aplicação da Lei Espiritual vem exigir deles toda a atenção e toda a devoção, esperam, de braços abertos, o Santo Batismo da  

Page 13: A Rosacruz Aurea

Água Viva da Regeneração Divina. 

O conhecimento absoluto jamais poderá ser o quinhão do homem que vive  segundo os sentidos. 

O ciúme é uma possessão diabólica que gera um ódio tão irreconciliável que,  muitas vezes, se torna assassino. 

Não negues nem mutiles o que te pertence. 

O Eterno Imutável manifesta­se no tempo em concordância com o presente...  Todo   movimento   espiritual   deve   compreender   qual   é   a   tarefa   da   Fonte  Universal de toda Vida no presente.  

O homem deve se desligar de um modo de viver falso. Ele deve 'esmagar a terra',   seu   eu­inferior;   deve   abandoná­lo   e   construir,   no   interior   de   seu cercado, o Novo Homem – a Arca Celeste que lhe permitirá entrar no Templo  de Deus.  

O tempo dos mistérios está  completo. O homem que quiser empreender o processo   de   renovação   gnóstica   é   colocado   diante   dos   sete   vezes   sete  aspectos de seu microcosmo. São sete campos de vida, com seus núcleos de consciência: os sete 'Rishis' e a tarefa a ser cumprida.  

O chamado divino obriga os seres humanos a reagir de modo consciente,  harmonioso   e   inteligente   à   Força   Divina   Regeneradora   do   momento presente.  

Para o homem terrestre,  o Sol é  o  símbolo da fonte de  luz de onde tudo  procede.  Ele   também representa  a   verdade   interior   inviolável  depositada como um princípio  no Coração  de   todos  os  homens.  Podemos,  portanto,  dizer que o Princípio Solar é inerente a cada um.  

O objetivo da verdadeira Alquimia é transformar a natureza mortal em Ouro  da Alma, e, como o ouro se une ao mercúrio, fazer com que a Alma acabe se 

Page 14: A Rosacruz Aurea

unindo ao Espírito. 

A pureza e a autenticidade do Ouro Interior dependem da nobreza da Alma  de quem soube liberá­Lo em si mesmo. Quanto mais forte for a aspiração a esta  LLuz  Eterna,  mais   intensa  será  a   ligação mantida com Ela,  e  mais  elevada será a espiritualidade. Quanto mais forte for a base interior, maior será o teor do Ouro da Alma.  

O Coração humano está  em relação com o Sol e reage ao calor que ele  irradia.  O núcleo espiritual  do Coração –  também chamado de Rosa­do­coração –  reage às   irradiações  de  Vulcano,  o  Sol  Espiritual.  Da mesma forma que o homem material está imerso na luz solar, o núcleo do homem espiritual  é   iluminado,  provado  e  alimentado  pela  Luz  de  Vulcano.  Esta energia luminosa oculta é evocada, liberada pelo Espírito Divino. Quando este Ouro escondido consegue se desembaraçar de suas impurezas e chega a se manifestar, o Homem Espiritual irradia uma força capaz de despertar os  outros homens para fazer com que eles alcancem a verdadeira Vida. 

No 'Apocryphon', de João, está escrito que o Pai – e, portanto, o criador, o  pensador – se reflete na Mãe, a água, a energia. Sobre esta união, repousam os cinco atributos do Pai: a Energia, o Amor (a Mãe), o Entendimento, a  Incorruptibilidade, a Vida Eterna e a Verdade. 

A   razão   terrestre   não   possui   a   Chave   que   permite   abrir   e   desvendar  suficientemente   os   mistérios   do   espaço   e   do   tempo,   para   perceber   a  eternidade que está por detrás. A razão somente pode observar o que é de  seu   domínio,   ou,   como   se   diz,   com   justeza:   'A   razão   somente   pode   se exprimir no domínio da razão'. Tudo o que se encontra fora dela continua oculto, secreto e misterioso para ela.2 

A luz do Sol dá   testemunho da existência do Sol,  mas o olho do sistema  biológico  humano  não   suporta   sua  potência.  A   luz  do  Sol  Espiritual  dá  testemunho de sua existência, mas o eu do sistema humano não suporta suas  irradiações.   É   por   isto   que   a   fonte   original   de   toda   a   criação   envia  mensageiros para o homem que vive nas trevas. Eles dão testemunho da fonte  

Page 15: A Rosacruz Aurea

de onde provêm e são como balizas no oceano das forças opostas, que é o  mundo dialético. 

Antigo livro publicado pelo 

Lectorium Rosicrucianum

No   momento em   que   a eternidade surge   no Coração como objetivo   único da   vida,   os  Mistérios   da Manifestação universal   vão se desvendando pouco   a pouco.3 

O   destino   de toda verdadeira  Escola   de Mistérios   é  não somente ir  

Page 16: A Rosacruz Aurea

à frente dos buscadores em seu caminho, mas, sobretudo, desvendar com eles  os Mistérios Gnósticos.  

Meu carcereiro abriu a porta de minha prisão. É  claro que ele apenas a  entreabriu, mas agora já posso respirar! Os sete mantos que me envolvem estreitamente já não me apertam. 

A chave que abre minha cela é uma Palavra. Uma Palavra que tem um som tão doce, um perfume tão agradável. Há quanto tempo eu não A ouvia! 

Sim, reconheço meu Reino e a Falange dos Fiéis que seguem Tua Luz. Nossa santa  aliança  é   para   sempre,  pela  eternidade.  Também reconheço  minha queda.  Somente Tu,  meu Irmão, sabes por que,  do Coração do Universo,  mergulhei nas trevas. Sabes por que eu Te deixei, por que percorri a região dos homens e habitei entre eles. Este será nosso segredo, para sempre.  

Agora conheço Tua Palavra!  

Agora, sinto que o mundo já não pode me reter por muito tempo. Eu sei: a  Palavra me liberta.  

E agora o Homem está de pé, entre o esposo e a esposa, como servidor da LLuz. Está chegando a hora da união!  

Envelhecer faz parte do tempo, que determina a vida e as experiências. O tempo não traz a mudança; ele é a própria mudança!  

De fato, a lei da conservação da energia e a lei da entropia têm, as duas,  uma função, mas em duas naturezas que é preciso contrapor rigorosamente.  Nestes últimos séculos, a ciência teve um progresso considerável na Europa;  entretanto,   pensava­se   que   nenhuma   energia   se   perdia.   Os   manuais   que tratam das ciências naturais ensinavam isto até recentemente. É verdade que,  na  Natureza  Divina  –  a  Natureza  Original  –  não  há   nenhuma perda  de  energia. É unicamente lá que se aplica a lei da conservação da energia. Mas  na natureza que se formou em conseqüência do extravio dos homens, trata­se  

Page 17: A Rosacruz Aurea

verdadeiramente de perda de energia e é preciso aplicar a lei da entropia.  Melhor dizendo: a natureza, apesar de possuir uma formidável capacidade  de regeneração em períodos muito longos, sofre realmente uma perda, uma dissolução  de  energia.  Constantemente   são   feitos  novos   cálculos   sobre  o tempo de duração da Terra, sobre o tempo que o Sol ainda irá nos iluminar.  Esses   cálculos   são   importantes   quanto   à   criação   visível,   a   criação   que  corresponde a uma expiração,  que deve ser  seguida por uma inspiração.  Todo esse  processo  de expirações  e   inspirações  contínuas  se  estende por  tempos inacreditavelmente longos e ultrapassam todo entendimento humano. Não podemos simplesmente dizer  que  a  natureza  é   caótica  e  que não se  regenera.  Enquanto a consciência humana pensar e viver a partir  de seu próprio caos, a natureza parecerá  caótica. Mas, assim que a consciência  biológica se fundir em uma nova consciência, mais elevada, que ultrapasse  os limites humanos, ela vivenciará a Harmonia Divina da criação.

Aquele que finalmente permite o reencontro entre seu ser temporal e seu Ser  Eterno em devir é ao mesmo tempo eterno e temporal: ele é homem e é Deus.  

Em antigos textos da mística da antiga Pérsia, é dito que a viagem interior se  divide   em   fases   denominadas:   “Alma   natural”,   “Alma   arrependida”,   e  “Alma que atingiu a paz”. Quando alguém consegue perceber as tendências  da “Alma natural”, a “Alma arrependida” põe­se a falar, e depois ela segue em frente até a fase em que nasce “a Alma que atingiu a paz”.  

No Fogo do Sol Vermelho, a Alma do peregrino é provada e purificada. Se  ele persevera e continua a seguir a voz da “Alma arrependida”, sua atração  pelas coisas do mundo desaparecerá. 

O primeiro inimigo não é o outro, mas o próprio ser interior, e é preciso  triunfar sobre ele no decorrer da guerra santa interna.

Page 18: A Rosacruz Aurea

Uma publicação do Lectorium 

Rosicrucianum na Polônia.

O misticismo é  definido   como o conhecimento intuitivo  direto do divino. Tais  experiências interiores   não estão exclusivamente associadas   a uma   forma   de religião qualquer,   mas resultam   da entrega interior. Houve místicos em todas as grandes religiões, geralmente  como uma ramificação, e às vezes também como uma corrente subterrânea  que corre ao mesmo tempo em que a corrente geral.  

O quinto livro de Hermes é uma parte de um diálogo entre Hermes e Tat. Tat  dirige a nossa atenção à realeza, a uma vocação à realeza, a um verdadeiro  vir­a­ser humano superior. A Tat é dito que a chave do verdadeiro vir­a­ser humano   está   na   devoção,   na   coragem   para   perseverar   na   conquista   da verdadeira piedade.  Este é  o segredo! A posse da intrepidez,  da coragem para se impor apesar de todos os obstáculos. Se não tendes essa força de  realização,   que   vence   resistências   e   obstáculos,   se   não  quereis   irromper desse   modo,   então   jamais   alcançareis   a   Sabedoria,   jamais   chegareis   ao amor à Humanidade, no sentido da lei básica da Gnosis. Irrompei através de  

Page 19: A Rosacruz Aurea

tudo, ainda que, em sentido burguês, às vezes não vos pareça perfeitamente justo   ou   que   não   vos   convenha.   Então,   e   só   então,   a   Sabedoria   se  encaminhará para vós. Quando ousardes verdadeiramente, com a poderosa  Força­luz da Gnosis, em absoluta sinceridade, e empurrardes para o lado  todos   os   obstáculos,   não   os   aceitando,   não   os   reconhecendo,   tereis  atravessado o Portal.4 

Como o homem pode viver em conformidade com o Décimo Terceiro Éon? O candidato   aos   mistérios   gnósticos   deverá   enfrentar   treze   momentos   de  transformação anímica,  durante os quais ele precisa lutar até  o fim para  alcançar o verdadeiro renascimento da alma. Essas transformações da alma,  por assim dizer, substancializam­se nos treze cânticos de arrependimento da 'Pistis Sophia'. No primeiro cântico, a 'Pistis Sophia' descobre a dialética e o  estado de condenação da Humanidade. Ela entoa o cântico da Humanidade.  No segundo cântico, a 'Pistis Sophia' descobre sua própria condição natural.  Ela entoa o cântico da consciência. Nessa base, a  'Pistis Sophia' entoa o  cântico  da humildade  diante  da  única   luz  verdadeira.  Segue­se,   então,  o  cântico da demolição: o eu é levado à sepultura. O cântico da rendição é a  fase seguinte: a 'Pistis Sophia' faz a entrega total de si mesma. Nessa base, é  entoado o cântico da confiança. Ela implora pela LLuz com fé absoluta. No sétimo   cântico   de   arrependimento,   a   'Pistis   Sophia'   entoa   o   cântico   da  decisão. É a ascensão ou a queda. Em seguida, começa a perseguição. Os éons da natureza atacam a 'Pistis Sophia' de maneira vigorosa, e ela entoa o  cântico  da perseguição.  Depois  de entoar o cântico da ruptura,  a   'Pistis  Sophia' se livra de modo definitivo de seus perseguidores. A seguir, a 'Pistis  Sophia' entoa o cântico do atendimento da oração. E, pela primeira vez, ela  vê a LLuz das Luzes. A força da fé é submetida, então, a uma prova final. A  'Pistis Sophia' entoa o cântico da prova de fé. Em décimo segundo lugar, a  'Pistis Sophia' vivencia a grande prova que podemos comparar à tentação no  deserto. Ela entoa o cântico da grande prova. Por fim, a 'Pistis Sophia' canta  o décimo terceiro cântico de arrependimento, o cântico da vitória: a alma eleva­se, reconhece o Espírito e vai ao seu encontro, ao seu Pimandro.  

Page 20: A Rosacruz Aurea

Atravessando todas as esferas dos éons,caminha a Pistis Sophia,depois de ter purificado no Gólgotao santuário do corpo.

Nenhum poder do mal pode impedi­lade abrir a vontade para o Espírito.Entoando os cânticos de vitória,ela ingressa, agora, na eterna festa do Amor. 

O Bem, Asclépio, está exclusivamente em Deus, ou melhor, Deus é o Bem em toda   a   eternidade.   Conseqüentemente,   o   Bem   é   necessariamente   o fundamento e a essência de todo o movimento e de todo o devir: não existe  nada destituído dele! O Bem é circundado por uma força reveladora estática  em perfeito equilíbrio – a inteira plenitude, a fonte universal, a origem de  todas as coisas – quando denomino aquilo que tudo preenche, quero dizer o  Bem Absoluto e Eterno.  

Tudo o que foi criado está cheio de sofrimento, pois a geração mesma é um  sofrimento. Onde há sofrimento, o Bem está decididamente ausente. Porque  onde está o Bem, certamente não há sofrimento. Pois, onde está o dia, não está a noite, e onde está a noite, não está o dia. Por isto, o Bem não pode habitar  no  que  é   criado,  porém,  somente  no   incriado.  Contudo,   como a matéria   de   todas   as   coisas   participa   do   Incriado,   participa   como   tal  igualmente do Bem. Neste sentido, o mundo é bom, pois até o ponto onde  também produz todas as coisas, ele é, como tal, bom; todavia, em todos os  outros aspectos, não é bom, porque também está sujeito aos sofrimentos e a  mutabilidade, e é mãe de todas as criaturas suscetíveis de sofrimento.  

O homem estabelece as normas de bondade mediante a comparação com o  mal, porque o mal não demasiadamente grande vale aqui como o Bem, e o  que aqui é julgado como o Bem, é a menor parte do mal. Portanto, de modo algum, pode aqui ser livre da mácula do mal. Aqui o Bem é sempre de novo  atingido   pelo   mal,   e,   deste   modo,   cessa   de   ser   bom.   Assim,   o   Bem   se  

Page 21: A Rosacruz Aurea

degenera em mal. Assim o Bem está somente em Deus; sim, Deus é o Bem. 

Entre os homens, Asclépio, encontra­se o Bem unicamente segundo o nome,  todavia em parte alguma como realidade, o que, é, aliás, impossível. Porque  o  Bem não  pode  encontrar   lugar   em  um corpo  material  que   está   quase  sufocado em males e em esforços penosos, dores e desejos, instintos e ilusões  e imagens dos sentidos.  

O instinto de cobiça do ventre5, o incitador de todas as maldades, é o erro  que nos tem aqui afastado do Bem. 

Não se pode encontrar o Belo e o Bem naqueles que estão no mundo. Todas as coisas perceptíveis aos olhos são formas aparentes, algo como silhuetas.  Todavia, tudo o que vai além dos sentidos se aproxima ao máximo do Ser do  Belo e do Bem. E assim como o olho não pode ver a Deus, tampouco pode  ver   o   Belo   e   o   Bem,   pois   ambos   são   partes   perfeitas   de   Deus,   porque próprias  d'Ele  e  d'Ele   somente,   inseparáveis  de  Seu  Ser,   e   expressão  do supremo amor de Deus e a Deus.  

Se assim pudesses reconhecer a Deus, reconhecerias o Belo e o Bem em sua suprema glória radiante, inteiramente iluminada por Deus, pois essa Beleza é incomparável, essa Beleza é inimitável, assim como Deus mesmo o é. A  medida que reconheces a Deus, reconheces também o Belo e o Bem. Eles não  podem ser participados a outros seres, por serem inseparáveis de Deus. 

Se buscaste encontrar a Deus, busca também o Belo, pois há somente um  caminho que conduz daqui ao Belo: uma vida ativa que serve a Deus nas  mãos da Gnosis.  

Aqueles que estão sem a Gnosis e não trilham o caminho da devoção ousam chamar o homem de belo e bom – ele que jamais viu, mesmo em sonhos, o que é o Bem, porém que está nas garras de todas as formas do mal, e que considera o mal, como o bem e, deste modo, acolhe o mal sem jamais ser saciado, temendo ser dele privado e, lutando, tenta, com todo o seu poder,  conservá­lo e mesmo fazê­lo multiplicar.  

Page 22: A Rosacruz Aurea

O   Nous,   ó   Tat,   provém   da   própria   essência   de   Deus,   se   se   pode   usar  semelhante  termo com respeito  a  Deus,  e  esta  somente ele  conhece.  Seja como for, apenas o Nous conhece perfeitamente a si próprio.  

Não se distingue o Nous da Essência Divina; Ele se origina dessa fonte,  assim como a luz dimana do Sol. 

Nos homens, esse Nous é bom. e, por isto, alguns homens são deuses; seu estado humano muito se assemelha ao divino. Eis porque o bom Demônio  designou  os  deuses  como homens   imortais  e  os  homens,  deuses  mortais.  Onde há Alma, existe também o Nous, da mesma forma que onde existe a verdadeira   Vida,   também   há   Alma.   Nos   seres   irracionais,   o   Nous   é   a  Natureza. Neles, a Alma é simplesmente vida, destituída de Nous, pois este é  o benfeitor das Almas humanas: ele as trabalha e forma em vista do Bem.  

Toda a Alma é atormentada pela dor e pelo prazer assim que entra em um  corpo. A dor e o prazer propagam­se pelo corpo denso como incêndio, onde  a Alma submerge e sucumbe. 

Quando o Nous pode conduzir as almas, ele verte­lhes sua LLuz e opõe­se às  suas tendências. O Nous aflige a alma apartando­a do prazer, que é a origem de todo o seu estado doentio, da mesma forma que um bom médico cauteriza  ou extirpa a parte doente do corpo. 

Contudo,   a   grande   enfermidade   da   Alma   é   sua   negação   a   Deus   e   o  pensamento errôneo, de onde se originam todos os males e absolutamente  nada de bom. Por isto, o Nous, ao lutar contra esta doença, confere à alma  novamente o Bem, do mesmo modo que o médico restitui a saúde ao corpo.  

As  almas  humanas  que  não  são  conduzidas  pelo  Nous   se  encontram em estado idêntico ao das almas dos animais irracionais. O Nous colabora com elas, dando livre curso a seus desejos. Elas, por sua vez, são atraídas por  esses desejos mediante veemência de sua concupiscência,  que buscam em seu estado irracional.  E,  semelhante aos seres  irracionais,  abandonam­se  

Page 23: A Rosacruz Aurea

incondicionalmente a seus instintos e a seus desejos, jamais saciando seus  vícios, pois as conseqiiências irracionais dos instintos e dos desejos são um mal ilimitado. 

Cada   um   procede   segundo   seu   próprio   modo   de   agir,   para   acumular  experiências.6 

Todos os homens experimentam as determinações do destino. Todavia, os que seguem a razão e que,  como dizemos,  são conduzidos pelo Nous,  não as  sentem como os outros, pois, estando livres do mal, não as sentem como algo  maléfico.  

Um   homem   conduzido   pela   razão   conhecerá   a   dor   do   adultério   e   do assassínio tão bem quanto um adúltero e um assassino, embora ele nunca os  tenha   cometido.   É   impossível   escapar   da   transformação,   tampouco   do nascimento; porém, quem possui o Nous pode se livrar do mal.  

As coisas do Espírito são indivisíveis e o Nous, a Alma de Deus, que governa todas as  coisas,  é  capaz de realizar   tudo o que deseja.  O Nous,  a  Alma  Divina,  domina deveras  tudo:  o   'fatum',  a   lei  e   todo o resto;  nada  lhe é  impossível. Ele é capaz de sublimar a alma humana, colocando­a além do  'fatum',  e de submetê­la a seu jugo quando ela se mostra negligente.  São  essas as palavras primorosas do Bom Demônio.  

Tudo o que é incorpóreo e está alojado em um corpo está sujeito a 'pathos'  (paixão, sofrimento), e, a rigor, é a própria paixão. Ora, tudo o que gera  movimento é   incorpóreo e  tudo o que se movimenta é  corpóreo.  Como o incorpóreo   se  movimenta  pelo  Nous  e  esse  movimento  é   'pathos',  ambos  estão submetidos também ao sofrimento. Tanto aquele que gera o movimento quanto o que é movido; o primeiro por causar o movimento e o segundo por  estar sujeito ao impulso do movimento. Todavia, quando o Nous se separa do  corpo, ele se liberta também do sofrimento. Talvez seja melhor dizer, meu filho, que nada existe sem 'pathos', porém que tudo está sujeito a ela. 'Pathos'  difere de vivenciar 'pathos'.  Com efeito, uma é  ativa, a outra, passiva. Os  corpos também são ativos por si mesmos. São imóveis ou móveis. Em ambos  

Page 24: A Rosacruz Aurea

os casos, existe 'pathos'. 

Deus concedeu ao homem, único entre o seres mortais, dois dons: o Nous e o  Verbo,   tão   preciosos   quanto   a   imortalidade.   Se   o   homem   empregar  corretamente esses dons, não diferirá em nada dos imortais. E ainda mais:  ele   se   libertará   do   corpo  e   será   conduzido  por  ambos  para  o   coro  dos  Deuses e dos Bem­aventurados.  

O Verbo, a Palavra, é comum a todos os homens. Todavia, os outros seres viventes possuem uma voz ou um som totalmente inerentes a eles.  

A Humanidade é somente uma. O Verbo também é um. Se traduzido de uma língua para outra, verifica­se que é o mesmo tanto no Egito, como na Ásia e  na Grécia. O Deus Bem­aventurado, o Bom Demônio, disse que a Alma está  no corpo, o Nous na Alma, o Verbo no Nous, e que Deus é, portanto, o Pai de  todos. O Verbo é, portanto, a imagem e o Nous de Deus; o corpo é a imagem  da Idéia, e esta última a imagem da Alma. 

Deus envolve e penetra tudo; o Nous envolve a Alma; a Alma envolve o ar  (éter); o ar envolve a matéria.  Assim, o ar (éter)  é  a parte mais sutil  da  matéria, a Alma, a parte mais sutil do ar, o Nous, a parte mais sutil da Alma,  e Deus, a parte mais sutil do Nous. Deus envolve e penetra tudo; o Nous envolve a alma; a alma envolve o ar (éter); o ar envolve a matéria.  

Nunca houve, não há, nem jamais haverá no mundo algo que esteja morto.7 

Os   seres   viventes   não   morrem,   porém,   seus   corpos,   sendo   compostos,  dissolvem­se.  Esta dissolução não é  morte,  mas, sim, a dissolução de um  composto.   Esta   dissolução  não   tenciona  aniquilamento,   antes,   uma   nova gênese,   uma   renovação.   Pois,   qual   é   a   força   vital   atuante?   Não   é  movimento? O que é ou está imóvel neste mundo? Sem movimento nada pode ser concebido. 

Tudo o  que  existe  neste  mundo está   em movimento,   seja  minguante,   seja  crescente.  O que está  em movimento,   também está  vivo. Uma lei  sagrada  

Page 25: A Rosacruz Aurea

determina   que   nada   que   esteja   vivo   permaneça   idêntico   e,   portanto,  imutável. Embora o mundo seja imutável, visto em sua totalidade, todas as  suas criaturas se modificam, sem, contudo, perecerem ou serem destruídas.  São as palavras, os nomes, que perturbam e desassossegam os homens.

A   vida   não   se   explica   pelo   nascimento,   mas   pela   consciência,   e   a  transformação não é uma morte, porém um esquecimento. Sob este prisma,  tudo é imortal: a matéria, a vida, o alento, a Alma, o espírito, o intelecto, o  instinto, e, em conjunto, compõem o Ser Vivente.  

Cada   ser   vivente  é,   nesse   sentido,   imortal.   Todavia,   o  mais   imortal  é   o  homem, pois é capaz de receber Deus e com ele se tornar uno. Somente com esse ser vivente, Deus se comunica: à noite, através de sonhos; durante o  dia, por meio de sinais que lhe predizem o futuro de várias formas: pelos  pássaros,  pelas  entranhas,  pelo  vento,  pelo carvalho,  por  todos os  meios  pelos  quais  o  homem seja  capaz  de  conhecer  o  passado,  o  presente  e  o  futuro.  

Se desejas te aproximar de Deus pela reflexão, então, contempla a ordem mundial e sua beleza. Considera a necessidade de tudo o que é perceptível e,  também, a providência que governa o passado e o futuro. Vê como a matéria  é plena de vida, e como opera o movimento desse Deus indescritível com  todos os seres bons e belos: deuses, demônios e homens.  

No Todo, nada há que não seja Deus. Por isto, não se pode descrever Deus com nenhum desses conceitos: grandeza, lugar, qualidade, forma ou tempo,  pois ele é  o  Todo,  e,  como tal,  está  em tudo e  tudo abrange. Adora esse  Verbo, meu filho, e venera­o. Há somente uma religião, um Único modo de  servir e de venerar a Deus: não sendo mau.  

Se o Tao pudesse ser definido, ele não seria o eterno Tao. Se o Nome pudesse  ser pronunciado, não seria o Nome Eterno. Na condição de não­ser, pode­se  dizer que ele é o fundamento da onimanifestação. Na condição de ser, ele é a  Mãe de todas as coisas. (Tao Te King).  

Page 26: A Rosacruz Aurea

Se o Coração permanentemente 'não­é', se ele permanece livre de todos os  desejos e interesses terrenos, é possível contemplar o mistério da Essência  Espiritual do Tao. (Lao Tsé). 

A cada inspiração, junto com a oxigênio que preenche os pulmões, penetram também forças espirituais e etéricas. Além disso, por incrível que pareça,  também é possível, mediante a expiração, transmitir a Força de Deus, a LLuz  de Deus e o Amor de Deus. De fato, se um homem permitisse que as forças  de   Deus   inaladas   circulassem   em   si   de   maneira   correta   através   da  circulação sangüínea,  dele emanariam pensamentos plenos de amor,  uma vontade   pura   e   atos   justos   de   fato.   Assim   sendo,   através   do   sistema respiratório,   por   meio   da   inspiração   e   da   expiração,   os   homens   estão igualmente próximos de Deus. A diferença reside no fato de que cada qual  transmite   a  Força  Divina   à   sua  maneira,   de  acordo   com   seu   estado  de  desenvolvimento interior. Cada qual a exala segundo o estado mais ou menos  puro de seu sistema sangüíneo.  

Existe uma nítida diferença entre as noções de «saber» e de «Sabedoria8».  Para   os   pesquisadores   no   caminho,   é   importante   compreender   que   a  Sabedoria divina nada tem em comum com os conhecimentos adquiridos e a compilação  de   informações.  O  homem recebeu  o  poder  do  entendimento para ser capaz de reagir à Sabedoria Universal, de transformá­La e, uma vez  transformada, de conservá­La.  

De forma geral, os homens – privados das influências do Logos e do poder  de Kundalini – são influenciados e dominados pelas normas, pelas hipóteses,  pelas   necessidades   da   civilização   dialética,   pela   religião   e   por   outras  especulações sentimentais que substituem o Saber Absoluto.  

O ser  humano possui   três  centros  importantes:  o  santuário da cabeça,  o  santuário do Coração e o santuário pélvico.  

Em nosso cérebro, encontram­se sete espaços vazios. No candidato sério que empreende o caminho libertador em Jesus Cristo, essas sete cavidades serão tocadas, uma após outra, pela «Força Divina Mediadora». Este contato é  

Page 27: A Rosacruz Aurea

descrito como o Toque do Espírito Sétuplo, as Sete Harmonias Divinas ou  ainda as Sete Cordas Descidas no Poço da Morte. Quando esses sete espaços do cérebro estão preenchidos e ativados e o processo da Transfiguração é  sustentado   pelo   ser   sangüíneo   do   Candidato,   essas   cavidades   são preenchidas   de   força   libertadora.   Tudo   isto   é   acompanhado   de   um desenvolvimento do cerebelo e do maravilhoso bulbo raquidiano, pelo qual  se produz uma circulação espiritual mental entre o Candidato e o Criador.  Na  antiga  obra  caldaica  O  Livro  dos  Números,   esta   fase   corresponde  a Samaël, o Hierofante do Mistério Oculto que entra em ligação com Michaël,  a Sabedoria Terrestre Superior. É graças a esta Illuminação Sétupla, pelo  Espírito   Santo,   que   o   Candidato   pode   ser   denominado   um   Mahat  (Mahatma), um Manas, um Pensador. Esta Illuminação incentiva o processo de Transfiguração.  

O verdadeiro Homem possui sete poderes, que correspondem a um mundo sétuplo. Trata­se do Homem liberto das limitações e da rotina inerentes à  natureza dialética. Estes sete poderes são os seguintes: 

•   o   primeiro   e   o   mais   elevado   é   o   poder   do   Amor.   É   uma   força   que  transforma tudo em LLuz. Todos os escritos sagrados falam da supremacia da LLuz. Deus é Amor e, portanto, Deus é LLuz;

• o segundo é o poder da Sabedoria, suscetível de ser alcançada e assimilada  pela razão;

• o terceiro poder do homem é a Vontade que, sustentada pelo Amor e pela  Sabedoria, executa a Vontade de Deus;

• o quarto é o poder do Pensamento, que serve ao Iniciado sustentado pelo Amor, pela Sabedoria e pela [Trans]razão, e que, sob o impulso da Vontade,  forma seu mental, até nos mínimos detalhes;

• o quinto poder é aquele que os antigos denominavam de Kundalini Shakti.  É  o próprio princípio da Vida. Nossa filosofia a define como sendo uma energia dinâmica concentrada que anima o mental; 

Page 28: A Rosacruz Aurea

• o sexto poder é  a manifestação da Forma. É  o Poder Divino do mental  evocador. A Palavra criadora engendra uma poderosa vibração de natureza mágica que leva a mente a se manifestar na matéria;

• o sétimo poder entra em ação a partir da síntese dos outros seis; ele coloca  a serviço do Divino tudo o que foi realizado pelos outros seis poderes. As forças   dos   seis   primeiros   poderes   engendram   uma   LLuz   Universal   que irradia no sétimo. Enfim, considerados como focos de combustão, cada um desses poderes possui um núcleo de consciência cuja radiação constitui o  sétimo poder.  

A morte da antiga natureza corresponde ao nascimento da nova natureza.  

Campo de Respiração — é o campo de força que liga a personalidade ao ser  aural;   campo   no   qual   se   concentram   e   se   equilibram   as   forças   e   as  substâncias que permitem a conservação da personalidade. 

Ser  Aural  — campo de  manifestação que  envolve  a  personalidade  e  que  possui  uma  estrutura   e  um conteúdo  próprios.  É   uma   esfera  que  possui  pontos   magnéticos,   como   um   céu   estrelado,   traços   das   numerosas  encarnações no microcosmo. Esses pontos atraem as forças exteriores e as  enviam para a personalidade e o santuário da cabeça. O ser aural também é  denominado de «Eu Superior»: é um ser radiante e luminoso que permanece  em interação com a personalidade. Para o Transfigurista, é o pior adversário  do processo fundamental de renovação.  

Microcosmo — significa pequeno mundo ou 'minutus mundus'. É um sistema vital de forma esférica e de natureza complexa que compreende (do interior  para o exterior): o corpo físico, o corpo etérico, o corpo astral e o corpo  mental (os quatro formando a personalidade), o campo de manifestação ou  campo de respiração, o ser aural com seu campo magnético sétuplo envolto  pela   'lípika'.   O   microcosmo   do   homem   de   hoje   se   encontra   mutilado   e degenerado.  

Page 29: A Rosacruz Aurea

Natureza original — é o domínio de onde provém a Humanidade, de onde  ela caiu, e de onde ela se distanciou antes de se perder na matéria. O homem tem como núcleo de seu ser a lembrança deste reino de imortalidade, que o  impulsiona a procurar o caminho do retorno.  

Personalidade — o ser humano é um sistema composto de quatro corpos: o  corpo físico ou material, o etérico ou corpo vital, o astral e o corpo mental.  Eles   formam   a   personalidade   e   são,   hoje,   quase   que   exclusivamente  governados pelo «eu». 

Pineal — a glândula pineal encontra­se no centro da cabeça, sob o cérebro.  Ela é formada de grãos de matéria mineral. É a sede da Illuminação interior,  a porta pela qual a Sabedoria Divina pode entrar diretamente. 

Hipófise — glândula de secreção interna situada na cabeça. 

Esfera Material — domínio no qual os elementos Fogo, Terra, Ar e Água entram em manifestação. 

Esfera Refletora — é a contraparte etérica da matéria visível. Domínio dos ditos inferno, purgatório e céu, três esferas pertencentes também à natureza  da morte. Nos éteres da Esfera Refletora,  todos os pensamentos,  todas as  paixões e todos os atos da Humanidade se inscrevem e são refletidos,  de  onde provém o seu nome. Após a morte do corpo físico, os outros corpos se  dissolvem na Esfera Refletora para dar lugar à próxima encarnação.  

Da mesma forma que o Um era no princípio, assim também tudo volta ao Um e retorna à Unidade. (Sinésio, alquimista grego, séc. IV).  

Andar e estar de pé simbolizam o avançar e a firmeza. Os pés andam pela  terra deixando um registro que não pode mais ser apagado pelo tempo. É o  registro  deixado  pelo  homem que   reencontra   sua  verdadeira   essência  na Força Crística Universal. Ao reconhecer e seguir este caminho, ele doa a  força vital renovadora liberada nele para libertar a si mesmo, aos outros e à  toda   a   criação   manifestada.   Esta   influência   é   recíproca   e   indica   a   co­

Page 30: A Rosacruz Aurea

responsabilidade do homem por tudo o que se acha na Terra, tanto em cima como embaixo. 

Aquele que respeita profundamente os «grandes em espírito» e que deseja  segui­los, não pode honrá­los melhor do que se tornando «vazio» a fim de ser preenchido pelo conhecimento vivente autêntico. Eis aí o caminho que é  mostrado para a Humanidade: um caminho destituído de todo culto pessoal,  um caminho livre de qualquer dogma, um caminho no tempo onde a Vida Eterna se derrama. O vaso é precioso, com a condição de que esteja vazio.  

Quem   atravessa   o   campo   da   hesitação   deve   dispor   de   uma   fé   firme   e  inabalável. Deve ousar perseverar através de todos os obstáculos. A alma do viajante da eternidade deve permanecer em Cristo. E ela aí permanecerá se  ele não adormecer e velar com Cristo, que, em nós, vence a morte. 

O que embeleza o deserto – diz o Pequeno Príncipe – é que ele esconde um poço em algum lugar. (O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint­Exupéry).9

Sob o ponto de vista espiritual,  o mundo dos  fenômenos é  um mundo de  pobreza, de esterilidade e de aridez porque o Espírito de Deus está ausente.  Ele   não   mantém   nenhuma   relação   consciente   com   o   Espírito   Divino.  Entretanto,   o   Espírito   irradia   sobre   o   mundo.   Ele   é,   ao   mesmo   tempo,  transcendente e imanente. Isto significa que é possível procurá­Lo, encontrá­Lo   e   reconhecê­Lo.   Quando   a   ligação   com   o   Espírito   se   restabelece,   o  mundo ressequido e desolado pode reviver e manifestar sua beleza original.  

O Coração do homem pode ser considerado como um jardim. Um magnífico jardim para o prazer do ser amado. É o jardim lendário de 'Fohat', no qual  os bem­amados de Deus colhem as rosas. O jardim de 'Fohat' situa­se no  limite entre o céu e a Terra; é a «ponte de luz» que permite ao pensamento  divino descer na matéria. Não existe descrição mais delicada e imagem mais  sutil   para   representar   o   santuário   espiritual   do   Coração.   Segundo   a  Doutrina Secreta,10 os Filhos de  'Fohat',  em suas diversas manifestações,  formam o elo entre o Espírito e a matéria. Os ocupantes do jardim mantêm 

Page 31: A Rosacruz Aurea

uma ligação com o Amor – o Eros místico dos gregos. 

O homem que dissipou toda ilusão e toda imitação semeia nos Corações dos  buscadores a compreensão e a esperança.11

 

 

Conclusão 

ONCLUIREI   este   estudo   com   uma   reflexão   final:   É   necessário Morrer diariamente para (Re)Nascer diariamente. Só Morrendo para o mundo é possível (Re)Nascer para e na Consciência Cósmica. Só 

pela libertação reaparecerá o Homem Divino. Que Ele, o celeste em mim, cresça,   e   que   eu,   o   humano,   diminua.   Este   parece   ser   o   cerne   dos ensinamentos da Rosacruz Áurea, no meu modo de entender. Mas na verdade, devo dizer, nesta Conclusão, que todas as Ordens e Fraternidades R+C da Modernidade   passam   por   esse   principio   básico   nas   elaborações   de   seus sistemas de ensino e isto, talvez, se deva ao fato de que todas elas, em última análise, derivam da Teosofia de Madame Blavatski, de uma forma ou de outra ­   e   isto   inclui   o   Grau   Rosacruz   da   Maçonaria.   A   Rosacruz   Áurea evidentemente tem personalidade própria e se caracteriza pela ênfase que dá à necessidade   da   leitura   de   textos   que   examinem   em   profundidade,   e   não apenas superficialmente, os dilemas e mistérios da natureza humana.

C

Outubro de 6249 AFK

Rodolfo R+C

Page 32: A Rosacruz Aurea

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­NOTAS DO AUTOR:

1. Há uma diferença incoadunável, incombinável, incompossível e inconcordável entre o que poderia ser considerado como salvação religiosa e salvação mística. Resumidamente, eu diria que salvação não existe, mas, concedendo que exista, a salvação mística depende exclusivamente do postulante, pois ele reconheceu que tudo depende exclusivamente dele e que ele é o único responsável por tudo. Não há prêmio   nem   castigo,   não   há   céu   refrigerado   nem   inferno   torrificador,   não   há   milagre,   não   há arrebatamento e não há escolhidos a priori; tudo acontecerá a posteriori por mérito, por mérito e por mérito.

2. É incontestável que a razão ilumina; mas só a Transrazão Illumina e Liberta.

3.   A   primeira   regra   é:   paciência.   O   resto   vem   depois.   Ninguém   jamais   poderá   compreender   o significado do A se não compreender o significado do M, ainda que MA e AM sejam exatamente a mesma coisa.

4. Que não está fora, mas, sim, em nosso Coração!

5. Plexo Solar.

6. Por isto, interferir nas experiências alheias é o maior erro bem­intencionado que alguém poderá vir a cometer. Oferecer a Chave, sim; abrir a Porta, jamais!

7. Isto equivale a entender que as duas características básicas do Universo são movimento e mudança.

8. Como há uma nítida diferença entre razão (que só opera no âmbito da razão) e transrazão (que opera no âmbito da Consciência Cósmica). No caso deste fragmento, penso que o autor tenha desejado se referir a SheMAH­IM – a Sabedoria Cósmica – cujo número é 396. Então, SheM­a (340) refere­se ao mundo teogônico criado diretamente pela Palavra, significando, inclusivamente, aquele que possui o conhecimento essencial do Nome Efetivo (Verbum Dimissum).

9. O aviador e escritor Antoine de Saint­Exupéry nasceu em Lyon em 29 de junho de 1900. Ficou conhecido pelas suas obras: Correio do Sul (1928), Vôo na Noite (1931), Terra dos Homens (1939), Piloto de Guerra (1942) e O Pequeno Príncipe (1943). Saint­Exupéry sempre procurou o ser humano autêntico. Palavras como fontes no deserto são dirigidas ao pesquisador solitário, que ele conduz rumo ao futuro que nasce lentamente. Em O Pequeno Príncipe, ele escreve: Eu sempre amei o deserto. A gente se senta sobre uma duna de areia. Não se vê nada. Não se ouve nada. E, no entanto, uma coisa irradia silenciosamente. O que embeleza o deserto, diz o pequeno príncipe, é que ele esconde um poço em algum lugar...  Fiquei  surpreso por compreender  de repente essa misteriosa  irradiação da areia. Quando  eu  era  menino,  morava  em uma casa  antiga,  e   conta  a   lenda  que  nela  havia  um  tesouro enterrado. É claro, ninguém jamais conseguiu encontrá­lo, e talvez nem mesmo o tenha procurado. Mas ele era o encantamento dessa casa. Minha casa escondia um segredo no fundo do seu coração. Sim, digo ao pequeno príncipe, tratando­se da casa, das estrelas ou do deserto, o que lhes dá sua beleza é o invisível!

Page 33: A Rosacruz Aurea

10. Obra monumental de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (1831 ­ 1891).

11. Não a esperança de esperar; mas a esperança de que é possível, pelo trabalho e pelo mérito, vencer e chegar lá. Por isto, está certa a sabedoria popular: No campo da hesitação estão enterrados os ossos de milhões  daqueles  que,  no  caminho para  a  vitória,   sentaram­se para  descansar  e...  nesse  momento, morreram.

 ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­PÁGINAS WEB CONSULTADAS:

http://clement.baruteau.free.fr/work/spip.php?article19 

http://www.rosacruzaurea.org.br/files/Primeiro_Capitulo_O_Verbo_vivente.pdf 

http://www.rosacruzaurea.org.br/ 

http://www.editoralrc.com.br/aut­depetri.htm 

http://en.wikipedia.org/wiki/Catharose_de_Petri 

http://pt.wikipedia.org/wiki/J._van_Rijckenborgh 

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ NOTA DO EDITOR: (*) O Professor Dr. Rodolfo Domenico Pizzinga é Doutor em Filosofia, Mestre em Educação, Professor de Química, Membro da Ordem de Maat, Iniciado do Sétimo Grau do Faraó, Membro dos Iluminados de Kemet, Membro da Ordem Rosacruz AMORC e Membro da Tradicional Ordem Martinista. É autor de dezenas de monografias, ensaios e artigos sobre Metafísica Rosacruz. Seu web site pessoal é: http://paxprofundis.org  

Visite o Site Oficial dos Iluminados de Khem, que disponibiliza Monografias Públicas para a Nova Era Mental: http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html  

Monografia produzida por IOK­BR com OpenOffice.org 3.1. 0Linux  Ubuntu 9.04 the Jaunty Jackalope – Gnome 2.26.1

Encriptada com Adobe Acrobat ProfessionalPublicada em  Outubro de 6249 AFK (2009CE)

Distribuição (gratuita) permitida